Toyota Corolla: a primeira geração do japonês que conquistou o mundo

Primeira geração trazia rodas de apenas 12 polegadas. Fernando Pires/Quatro Rodas 

De estilo europeu e mecânica japonesa, o sedã era a síntese da eficiência, robustez e praticidade há 53 anos 

O Toyota Corolla surgiu em 1966 para ocupar a lacuna entre o compacto Publica e o médio Corona. O pequeno sedã de duas portas concebido pela equipe do engenheiro Tatsuo Hasegawa tinha concepção tradicional, com motor dianteiro de 1,1 litro, tração traseira e linhas harmoniosas. 

O Corolla era a síntese da eficiência, robustez e praticidade: o interior era simples, com espaço para cinco ocupantes. O câmbio de quatro marchas extraía o máximo dos 8,5 kgfm de torque e 60 cv do pequeno motor. 

Estilo tipicamente europeu: colunas finas e ampla área envidraçada. Fernando Pires/Quatro Rodas 

O sedã de quatro portas, a perua de três e o câmbio automático Toyoglide de duas marchas eram as novidades para 1967. A Austrália foi o primeiro país a importar o Corolla: a produção local teve início em 1968, mesmo ano em que o pequeno Toyota invadiu o mercado norte-americano. 

Em 1969 surgia o motor 3K de 1,2 litro, com opção de dois carburadores de 9,6 kgfm e 77 cv, muito apreciado no cupê fastback Corolla Sprinter. A segunda geração foi apresentada em 1970: estava maior e mais potente, com freios dianteiros a disco e cinco portas para a perua. O Corolla atingia o primeiro milhão de unidades. 

Acabamento externo de alto nível. Fernando Pires/Quatro Rodas 

A versão esportiva Levin chegou em 1972 com motor de 1,6 litro com duplo comando de válvulas no cabeçote e 113 cv. O câmbio manual de cinco marchas foi adotado em 1973, no momento mais adequado para para enfrentar a primeira grande crise do petróleo.

A gasolina cara manteve o crescimento do Corolla no mercado: a injeção eletrônica foi uma das inovações da terceira geração, que em 1974 consolidou a Toyota como o quarto maior fabricante mundial. A carroceria Liftback com terceira porta foi essencial para enfrentar o recém-lançado Honda Accord. 

Alavanca no assoalho era rara nos carros japoneses. Fernando Pires/Quatro Rodas 

Três anos depois, chegava a quarta geração, com predomínio de linhas retas e ênfase no espaço interno e eficiência aerodinâmica. Foi a primeira a oferecer direção hidráulica e suspensão traseira com molas helicoidais. 

O emblema central faz alusão a uma coroa de flores, significado do nome Corolla em latim. Fernando Pires/Quatro Rodas 

Em 1982, o Corolla totalizou 10 milhões de unidades, superando rivais como Ford Escort, Renault 12 e Opel Kadett. A tração dianteira foi adotada na quinta geração, em 1983, essencial para que o Corolla fizesse frente ao Honda Civic. Serviu de base para o Chevrolet Nova de sexta geração e começou a ser produzido na Venezuela e na África do Sul. 

Instrumentos circulares Denso e rádio… Fernando Pires/Quatro Rodas 

Com linhas arredondadas, a sexta geração foi apresentada em 1987 e marcou o fim da tração traseira e o início da produção canadense. Inspirada no Lexus LS400, a sétima geração ficou 21 cm maior e já trazia equipamentos como piloto automático, CD player, airbags e freios ABS: foi nela que o Corolla chegou à marca de 20 milhões de unidades produzidas. 

com ventilação forçada e ar quente Fernando Pires/Quatro Rodas 

A oitava geração deu as caras em 1995 e dois anos depois dava ao Corolla o título de automóvel mais vendido da história. Começou a ser produzida no Reino Unido, na Turquia e no Brasil em 1998, conquistando o Campeonato Mundial de Rali no ano seguinte. Sozinho, o Corolla respondia por cerca de 1/5 de toda a produção da Toyota. 

Havia pouco espaço para as pernas no banco traseiro. Fernando Pires 

De lá para cá, a história do Corolla é bem conhecida dos brasileiros: a nona geração chegou aqui em 2003. A entrada no mercado chinês foi decisiva para que o modelo alcançasse a marca dos 30 milhões já em 2005. Em 2008, tivemos acesso à décima geração, sucedida pela décima primeira (2013) e pela atual (2020). 

Motor K tinha cabeçote de alumínio e comando de válvulas no bloco. Fernando Pires 

O Corolla contabiliza mais de 46 milhões de unidades produzidas nos últimos 55 anos graças a sua eficiência, robustez e praticidade. Cerca de quatro Corollas foram comercializados no intervalo de de tempo necessário para ler esta reportagem: a única dúvida que paira é saber se a popularidade do lendário sedã japonês resistirá ao avanço mundial dos utilitários esportivos. 

Ficha técnica – Toyota Corolla 1968

  •  Motor: 4 cilindros em linha de 1,1 litro; 8,5 kgfm a 3.800 rpm; 60 cv a 6000 rpm.
  • Câmbio: manual de 4 velocidades, tração traseira.
  • Carroceria: fechada, 2 portas, 5 lugares.
  • Dimensões: comprimento, 384 cm; largura, 149 cm; altura, 138 cm; entre-eixos, 229 cm; peso, 701 kg.
  • Desempenho: aceleração de 0 a 96 km/h: 20,2 segundos; velocidade máxima de 137 km/h. 

Fonte : Quatro Rodas

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