"Após pedido de casamento nas Olimpíadas, luto por diversidade no esporte".


"Falar sobre esse momento ainda é especial, mesmo cinco anos depois. Foi um dia muito especial, porque marcou a realização do nosso sonho olímpico [em 2016, o rugby feminino disputou uma Olimpíada pela primeira vez] e também dos nossos sonhos juntas. Fui a última a saber o que estava acontecendo.

A Marjorie [Enya, hoje esposa de Izzy] trabalhava como manager da seleção e disse que eu teria que dar uma entrevista depois da cerimônia de entrega das medalhas. Entrei com a equipe no estádio vazio, depois dos jogos, e ela estava com o microfone na mão, muito emocionada. Ali, na frente das pessoas que a gente ama, fui pedida em casamento. Ainda fico boba de lembrar.

A gente não comemora o Dia dos Namorados nem o aniversário de relacionamento. Nem tivemos um casamento muito grande, fomos só nós, minha família e a mãe dela ao cartório e depois jantar. É o nosso perfil. Por isso, nunca imaginamos que nosso pedido de casamento viraria notícia internacional.

Só percebemos a repercussão nos dias seguintes, porque o telefone não parava de tocar com pedidos de entrevista. Acho que nosso casamento foi muito comentado dentro e fora do Brasil justamente porque as pessoas ainda não encaram como natural a representação LGBTQIA+ no mundo do esporte.

Conforme o tempo foi passando, nos demos conta do privilégio que é poder fazer uma demonstração dessas dentro do rugby, sem medo de não ser aceito, de sofrer algum preconceito. A Marjorie não pediu permissão para me pedir em casamento, ela chamou nossos amigos e fez. 

Essa não é uma realidade para todo mundo, dentro ou fora dos esportes. Existem países do mundo e até lugares dentro do Brasil em que não é seguro ser LGBTQIA+, mas nós conseguimos demonstrar nosso afeto sem medo, e isso é um privilégio enorme. Vieram mensagens negativas também, claro, como 'que desnecessário' ou 'seja gay em casa', como se eu pudesse deixar de ser lésbica quando passo pela porta. Mas foi um momento importante, emblemático, porque nos lembrou que amor, respeito e diversidade fazem parte dos valores olímpicos.

Fonte : UOL

Um comentário:

  1. Eu acho também que eu não aceitaria casamento de duas pessoas do mesmo gênero isso é fora do normal eu não aceitaria de dois homens imagina de duas mulheres lindas,bonitas

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